A atriz Regina Duarte, conhecida por seus papéis marcantes na televisão brasileira, concedeu uma entrevista ao podcast “PodCatia Entrevista”, apresentado por Catia Fonseca, onde abordou temas como os remakes de novelas e sua breve passagem pela Secretaria Especial de Cultura. A conversa foi transmitida no canal do YouTube da apresentadora na noite de quinta-feira, 10 de julho.
Durante a entrevista, Regina Duarte expressou sua opinião sobre a prática de refazer novelas de sucesso. Ao ser questionada especificamente sobre o remake de “Vale Tudo”, novela na qual interpretou a protagonista Raquel Accioli na versão original de 1988, a atriz não hesitou em classificar a iniciativa como uma “traição aos atores que aceitam fazer um remake”.
Ela argumentou que refazer uma obra que já obteve grande êxito e audiência seria desnecessário, sugerindo que remakes deveriam ser reservados para produções que não alcançaram o sucesso esperado, visando aprimorá-las. “Uma coisa que não deu muito certo, que foi mais ou menos, ok, quer dizer refazer e aprimorar, mas uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência”, refletiu. Em fevereiro, a atriz havia demonstrado expectativa em relação ao remake de “Vale Tudo”. A nova versão da novela, adaptada por Manuela Dias, tem Taís Araújo no papel de Raquel Accioli.
Experiência na Secretaria de Cultura
Além das questões sobre o cenário televisivo, Regina Duarte também revisitou sua experiência de 74 dias à frente da então Secretaria Especial de Cultura, durante a presidência de Jair Bolsonaro, em 2020. A atriz revelou que aceitou o convite em um sábado e, sob pressão, assumiu o cargo dois dias depois. Ela contou que tentou convidar amigos para compor sua equipe, mas encontrou resistência. “Nenhum amigo quis. Nenhum quis […] Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo. Aí eu fui e foi muito bom”, disse.
Regina Duarte reafirmou sua admiração pelo ex-presidente, declarando: “Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava, um político que eu sempre admirei e continuo admirando”. Apesar da curta duração de seu mandato, a atriz considerou a experiência enriquecedora. Ela mencionou ter recebido elogios de políticos, que a incentivaram a se candidatar, reconhecendo um “dom” para a política.
Decisões e legado no cargo
Durante sua gestão, mesmo que breve, Regina Duarte destacou uma decisão que a deixou orgulhosa. Em meio à pandemia de COVID-19, quando teatros e circos estavam fechados, ela se sensibilizou com a situação dos artistas circenses. “E o circo ele toma café, almoça e janta com o que ele faturou no dia anterior. Então eles iam comer o quê? Nada. Me deu tanto desespero que eu liberei o circo e eles começaram a rodar pelo Brasil. Aí eu fico orgulhosa, gente, eu consegui pelo menos uma coisa”, relatou.
A atriz assumiu a Secretaria de Cultura em 4 de março de 2020 e foi exonerada em 10 de junho do mesmo ano, totalizando 74 dias no cargo. Embora sua saída tenha sido anunciada com a promessa de um cargo na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, essa transição nunca se concretizou.
