Christiane Torloni relata dor profunda e fuga para Portugal após perder o filho

Atriz detalha a necessidade de resguardo em Portugal e a pressão social para a recuperação rápida após a tragédia familiar.

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Em entrevista a Pedro Bial, Christiane Torloni falou sobre a transformação em sua vida após perder o filho Guilherme, aos 12 anos, em um acidente há mais de 30 anos. A atriz compartilhou a dor profunda do luto e explicou como precisou se recolher para lidar com a tragédia, destacando que não se deve ter medo das emoções fortes que surgem em momentos tão difíceis. Para ela, aceitar a dor faz parte do processo humano e não deve ser motivo de vergonha.

Torloni revelou que sentiu pressão para retomar à vida normal rapidamente, mesmo não estando preparada emocionalmente. “Eu fui criada para não temer grandes emoções. O luto faz parte da vida e não há vergonha em senti-lo. A dor humilha porque expõe as pessoas, mas enfrentar os sentimentos é essencial”, disse a atriz, ressaltando a importância de respeitar o próprio tempo para se recuperar.

Fugindo da pressão social

Um dos momentos marcantes para Christiane foi quando amigos a levaram a um show apenas dois meses após o acidente. Sentindo-se sufocada pela expectativa de parecer bem, ela viveu uma experiência angustiante. “Percebi que até por amor, as pessoas queriam que eu ficasse bem rápido. Eu estava num show, pensando: ‘Meu Deus, eu vou morrer aqui’. Foi como se meu coração se desmontasse”, relatou. A atriz frisou que as pessoas, mesmo bem-intencionadas, às vezes não compreendem a necessidade do silêncio e do recolhimento no luto.

Recomeço em Portugal e integridade mental

Após a tragédia, Christiane decidiu se mudar temporariamente para Portugal. Ela deixou claro que não buscava novas oportunidades profissionais, mas sim um lugar onde pudesse reconstruir sua vida e proteger sua família. “Não fui porque o Brasil estava um caos, mas para juntar as pecinhas e ficar mais juntos”, explicou.

O acidente que tirou a vida de Guilherme aconteceu quando Christiane perdeu o controle da caminhonete que dirigia, resultando em uma queda de 4,5 metros. Ela e seu outro filho, Leonardo, sofreram apenas ferimentos leves, mas Guilherme não resistiu. Hoje, Christiane defende a importância da integridade mental e acredita que o período em Portugal foi essencial para sua recuperação emocional.