Globo terá que criar uma estratégia de guerra para enfrentar desafio que não existia na 1ª versão de Vale Tudo

Não será fácil manter um dos grandes segredos da teledramaturgia brasileira em pleno 2025.

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Os telespectadores que estão acompanhando a novela Vale Tudo devem se preparar para um novo capítulo fora das telas: a Globo precisará montar uma operação de guerra para manter em segredo o principal mistério da trama — o assassinato de Odete Roitman, interpretada agora por Débora Bloch.

Segundo Walter Felix, colunista do Na Telinha, diferentemente do que ocorreu em 1988, ano em que a novela foi exibida originalmente, o maior inimigo da emissora atualmente é a velocidade da internet.

Estratégia dos anos 80 deu certo na época

Na exibição original, foi possível guardar a identidade do assassino até o último capítulo, veiculado em 6 de janeiro de 1989. Naquele tempo, a produção contou com a vantagem de um ambiente sem redes sociais ou portais de fofoca. A emissora convocou cerca de 20 atores para gravar a cena no mesmo dia da exibição, criando um clima de tensão e sigilo absoluto nos Estúdios Globo. As gravações só terminaram horas antes de o capítulo ir ao ar.

A estratégia funcionou: até os profissionais envolvidos descobriram o desfecho apenas nos minutos finais da produção. Especulou-se que diversos finais foram gravados como medida preventiva contra vazamentos, mas essa versão nunca foi confirmada oficialmente.

Quem matou Odete Roitman?

O remake, que já confirmou a morte da personagem icônica, deve repetir a fórmula da pergunta que mobilizou o país: “Quem matou Odete Roitman?”. A autora Manuela Dias, responsável pela nova versão, já revelou que pretende manter o assassinato na narrativa, mas com um novo responsável — e sem repetir Leila, a assassina da versão original.

Na primeira versão, a personagem de Cássia Kis matou Odete após confundir a vilã com a amante do marido, Marco Aurélio, e atirar sem olhar. A reviravolta entrou para a história da teledramaturgia brasileira e marcou época.

Manter o suspense vivo, porém, será muito mais difícil agora. Apesar do bom engajamento nas redes, o remake ainda não alcançou os altos índices de audiência esperados para o horário das 21h. Em alguns dias, tem sido ultrapassado por Garota do Momento e Dona de Mim, exibidas mais cedo.

Se a repercussão continuar tímida, manter o mistério até o último capítulo se tornará uma missão ainda mais complicada. Com cinco meses restantes até o encerramento da novela, previsto para outubro, a Globo terá que reinventar estratégias de contenção e sigilo. Afinal, segurar o segredo da morte mais famosa da teledramaturgia brasileira é uma façanha que, em 2025, exige muito mais que um bom roteiro.