Uma cachorrinha se vê a 600 quilômetros de casa e resolve voltar sozinha. Essa é a história de Bella em A Caminho de Casa, película baseada em um livro homônimo. Como ela chegou lá e o que ela passa para voltar é todo o desenvolvimento do emocionante filme.
Seguindo uma onda de filmes centrados nos pets, tirados dos papeis de companheiros e que ganharam o protagonismo dos filmes – dos quais Marley e Eu é o mais famoso, ainda que o pioneiro tenha sido Sempre ao Seu Lado – A Caminho de Casa segue o recurso narrativo pouco criativo, mas necessário de dar voz à cadelinha Bella. Assim, o “eu canino” adota uma certa personalidade, às vezes meio irritante, às vezes infantil demais, o que tira parte da intensidade da jornada, mas sem prejudicar o filme como um todo.
É uma “Sessão da Tarde” melhorada, com direito à lágrimas para quem se sensibiliza com animais.
O filme não chega a surpreender, afinal o fim é previsível. É o tipo de coisa que faz o espectador já saber o que vai encontrar quando se aproxima o fim da projeção, mas isso não é um problema. No decorrer, em meio as suas aventuras, muitas vezes a dúvida se instaura para quem está vendo, a ponto de passar uma certa angústia em determinados momentos.
Ponto positivo para esse suspense inesperado em um filme que basicamente se chama “o mordomo é o assassino”. Ainda assim, as improváveis situações pelas quais a protagonista passa fazem o longa ter seu valor. O bom que a trilha sonora ajuda a diferenciar as travessuras dos momentos de perigo real.
Talvez, o melhor do filme seja a perspectiva do que é a simplicidade da alma animal, que transcende as rixas ficcionais criadas pelos humanos, como a rivalidade entre cães e gatos, e o amor incondicional que eles têm para dar. Todo animal tem sua história, nem melhor nem pior que dos homens, e que merecem respeito, amor e proteção.
É a prova definitiva que a humanidade não merece a lealdade que eles oferecem, e que certamente são o caminho para a evolução humana.