Uma ação judicial movida pela ONG Vozes dos Anjos contra a Rede Globo tem causado polêmica e reacendido o debate sobre os limites da teledramaturgia.
A organização não-governamental alega que a novela “Renascer”, exibida pela emissora entre janeiro e setembro de 2024, faz apologia ao incesto ao apresentar um relacionamento amoroso entre personagens que, na trama, estabelecem uma relação de pai e filha.
A relação entre Mariana (Theresa Fonseca) e José Inocêncio (Marcos Palmeira) é o ponto central da ação. A ONG Vozes dos Anjos argumenta que o apelido carinhoso “painho“, usado por Mariana para se referir ao marido, explicita a conotação incestuosa do relacionamento.
Para a organização, a novela normaliza e romantiza uma relação que se iniciou sob a ótica de um laço paterno-filial, o que poderia influenciar a maneira como o público percebe e lida com o incesto.
Renascer no centro do debate sobre incesto no Brasil
A ação movida pela ONG Vozes dos Anjos levanta uma discussão importante sobre o papel da televisão na sociedade e o impacto de narrativas que abordam temas sensíveis como o incesto.
A organização argumenta que a exposição de um relacionamento com características incestuosas em uma novela de horário nobre pode ser interpretada como uma forma de incentivar a cultura do incesto paternal no Brasil. A ONG pede uma indenização de R$ 1 milhão à Globo e que a emissora se posicione sobre a acusação de apologia ao incesto.
Globo se manifesta sobre o caso
A Rede Globo, por sua vez, já se manifestou sobre o caso, afirmando que a alegação da ONG é descabida e que a organização tem uma interpretação inadequada da novela Renascer.
A emissora defende que a trama não faz apologia ao incesto e que o relacionamento entre os personagens é tratado de forma responsável, sem qualquer intenção de normalizar ou romantizar esse tipo de abuso. A emissora ainda não se pronunciou sobre o pedido de indenização da ONG.