O renomado ator e diretor Ney Latorraca faleceu na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde o dia 20. A causa da morte foi uma sepse pulmonar, complicação decorrente do agravamento de um câncer de próstata que havia retornado em agosto deste ano com metástase.
Em 2019, Latorraca enfrentou o primeiro diagnóstico de câncer de próstata, passando por uma cirurgia de remoção que inicialmente pareceu bem-sucedida. No entanto, a doença retornou em agosto deste ano, manifestando-se em diferentes regiões do corpo através de metástase.
Hospital emite nota após morte de Ney Latorraca
O hospital emitiu uma nota de pesar expressando solidariedade aos familiares e amigos, mantendo discrição sobre detalhes adicionais do falecimento. Os detalhes sobre o velório e a cremação ainda não foram divulgados.
“A Clínica São Vicente lamenta profundamente a morte do paciente Antonio Ney Latorraca na manhã desta quinta-feira e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda“, diz a publicação. “O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, completa o texto.
Quem foi Ney Latorraca
Antonio Ney Latorraca, nascido em Santos, São Paulo, iniciou sua jornada artística precocemente aos seis anos, participando de uma radionovela da Record. Sua carreira profissional decolou na década de 1970, quando participou de produções teatrais emblemáticas como Hair, Jesus Cristo Superstar e A Mandrágora.
Em 1975, Latorraca estreou na TV Globo com a novela Escalada, marcando o início de uma parceria que duraria mais de cinco décadas. Durante este período, construiu uma carreira extraordinária que incluiu 18 novelas, seis minisséries e oito seriados.
Entre seus papéis mais memoráveis está o vampiro Vlad, da novela Vamp (1991), que se tornou um dos personagens mais icônicos da teledramaturgia brasileira. Sua versatilidade também brilhou na pele do irreverente Barbosa em TV Pirata e do italiano Ernesto Gattai na minissérie Anarquistas, graças a Deus.
Na novela Estúpido Cupido, Latorraca deu vida ao inesquecível Mederiquis, líder da banda Personélitis Bóis e fã de Elvis Presley. Curiosamente, o papel que se tornou um marco em sua carreira inicialmente não era de seu interesse.
O artista deixou uma herança cultural significativa com participações em 23 longas-metragens e 13 peças teatrais. Sua última aparição na televisão foi no seriado A Grande Família, em 2011, encerrando um ciclo de contribuições inestimáveis para a dramaturgia nacional.