‘Fiquei barrigudo’: cantor Leo Jaime disse que sentiu vergonha do próprio corpo e que as portas fecharam

O cantor falou sobre as dificuldades no meio artístico para as pessoas que estão acima do peso.

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O cantor e ator Leo Jaime abriu o coração sobre as dificuldades que enfrentou no meio artístico por estar acima do peso. O artista, que viveu o auge de sua carreira na década de 80, revelou que passou a perder oportunidades de trabalho após engordar.

“Com o tempo, fui ganhando corpo, fiquei barrigudo, e as pessoas começaram a me chamar de decadente”, compartilhou ele durante sua participação no podcast Alph Pod. Segundo Leo Jaime, o preconceito se manifestava de maneira direta: ele não conseguia sequer marcar reuniões para novos projetos.

“As portas começaram a se fechar, e passei a sentir vergonha do meu corpo. Isso aconteceu quando eu tinha uns 30 e poucos anos”, confesso. O cantor explicou que estava no auge da criatividade, mas não conseguia iniciar nenhum projeto.

Leo Jaime ficou um tempo longe da TV

Esse período difícil levou o artista a uma pausa nas novelas. Após estrear na TV em 1988, em Bebê a Bordo, Leo Jaime só voltou às telinhas em 2006, na novela O Profeta, quase duas décadas depois. Nesse intervalo, precisou buscar novas formas de se sustentar artisticamente.

O ator contou que sua vida mudou bastante e que passou por uma fase difícil. “Tive que me reinventar. Eu não tinha oportunidade em lugar nenhum, achei um barzinho aqui em São Paulo e recomecei a carreira. A explicação é sempre essa: está gordo“, afirmou.

O artista disse que aparência tem um grande peso

Leo Jaime também destacou o preconceito estrutural no meio artístico, onde aparência muitas vezes pesa mais que talento: “Existe preconceito, sim. Porque você é gordo, porque não é bonito. Experimente não ser bonita e tentar uma carreira artística”. O cantor ressaltou ainda que a meritocracia nesse setor é desbalanceada.

Para Leo Jaime, os “bonitinhos” têm muito mais oportunidade no meio artístico. A fala do cantor expõe uma realidade ainda pouco debatida, mas muito presente na indústria cultural.