‘Chamar de macaco machuca’: ator mirim de 11 anos revela que tem sofrido racismo na escola e faz desabafo

O garoto contou o quanto tem sido difícil enfrentar as críticas dos colegas na escola.

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Aos 11 anos, o ator mirim Ygor Marçal, conhecido por seu trabalho em Amor Perfeito (2023), enfrenta uma triste realidade: o racismo. Apesar de sua visibilidade na televisão, ele foi alvo de ofensas verbais e exclusões na escola.

Ygor, que é bolsista no Colégio Batista Rio de Janeiro, passou meses sem contar à família. Mas o garoto finalmente decidiu compartilhar sua história com o intuito de conscientizar outras pessoas sobre os danos causados por atitudes preconceituosas.

Ygor deu uma entrevista o portal Notícias da TV e abriu o coração. “Chamar de ‘macaco’ machuca“, desabafou o jovem ator. Ele disse que os comentários depreciativos sobre sua aparência e origem são extremamente dolorosos.

Ator mirim falou do quanto é difícil lidar com o racismo

As pessoas têm que pensar duas vezes, porque chamar o outro de ‘pretinho, macaco, cabelo de cogumelo, cabelo de miojo’, isso machuca. Ficar falando do meu cabelo, falar do meu dente, falar da minha pele, falar do que eu sou, isso não tem cabimento“, declarou Ygor. Segundo Andrea Ribeiro Marçal do Nascimento, mãe do garoto, a situação foi ainda mais desafiadora porque o filho inicialmente se calou, guardando para si a dor das ofensas e do isolamento.

Ele começou a apresentar sinais de introspecção e falta de apetite, até que decidiu relatar os episódios à família. Os problemas na escola se intensificaram ao longo de 2024.  Nem mesmo a chegada de uma coordenadora negra trouxe a mudança que ele esperava.

Irmã do ator também enfrenta o racismo

Andrea relatou que o racismo vivido por Ygor é semelhante ao enfrentado por sua filha mais velha, Fernanda Ribeiro, que sofreu ataques virtuais e lutou contra a depressão. Essa repetição de episódios de preconceito dentro e fora do ambiente escolar gera preocupação com os danos emocionais de longo prazo.

Um episódio marcante foi o momento em que um colega chamou Ygor de “ladrão” por causa de uma caneta, mesmo após ele provar que tinha várias. Outra situação absurda envolveu uma colega que o excluiu de uma apresentação com o argumento de que o grupo “não precisava do pretinho”. O portal Notícias da TV pediu um posicionamento do Colégio Batista sobre o caso, mas até o momento não obteve uma resposta.