Durante uma coletiva de imprensa no último domingo, 14 de julho, o chefe de Polícia, Delegado Fernando Sodré, junto com Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas, forneceu detalhes sobre a prisão do influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. A coletiva aconteceu no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, e esclareceu as circunstâncias que levaram à detenção do humorista.
De acordo com Reschke, Nego Di zombava das vítimas de seu esquema de estelionato, inclusive gravando vídeos em que fazia piadas sobre os clientes que não receberam os produtos adquiridos em sua loja virtual. Em um dos vídeos, o influenciador aparece em um carro de luxo, uma Mercedes branca conversível, enquanto se dirige ao seu restaurante.
Prisão de Nego Di em Florianópolis
A prisão de Nego Di ocorreu em Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina, no domingo. Na sexta-feira anterior, 12 de julho, ele já havia sido alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro. A prisão preventiva foi decretada devido a uma investigação de estelionato, em andamento desde 2022.
As investigações indicam que Nego Di movimentou cerca de R$ 5 milhões em contas bancárias ligadas a ele durante o período de operação da loja virtual “Tadizuera”, que funcionou de março a julho de 2022. Anderson Bonetti, sócio de Nego Di, também é suspeito de envolvimento no esquema e está foragido com um mandado de prisão preventiva expedido. Bonetti havia sido preso na Paraíba em fevereiro de 2023, mas foi solto dias depois.
Golpe atingiu ao menos 370 vítimas
A Polícia Civil tentou intimar Nego Di diversas vezes para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado. As autoridades estimam que o prejuízo dos 370 clientes lesados ultrapassa R$ 330 mil, embora o valor real possa ser maior, já que muitas vítimas podem não ter procurado a polícia para denunciar o influencer. A loja virtual “Tadizuera” foi retirada do ar em julho de 2022, após determinação judicial, mas a investigação continua para identificar e punir todos os responsáveis pelo esquema.