Bumblebee chega para mostrar que franquia ‘Transformers’ ainda tem salvação

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Michael Bay consolidou seu nome através da franquia Transformers, que capítulo após capítulo foi ficando mais e mais inchado e megalomaníaco, seja nas lutas, nos enredos, e na complexidade dos robôs alienígenas, um erro que Vingadores tomou cuidado para evitar a todo custo. Erro porque em certo ponto desse processo de fermentação criativa, a criação se arrebenta, seja na narrativa, na direção, na produção ou nos efeitos, e com isso tudo é posto a risco.

Foi exatamente o que aconteceu com o último cavaleiro, filme de 2017 em que Transformers se mistura com controle da mente e Rei Arthur, deixando os fãs insatisfeitos e perdidos. Justamente por isso, o lançamento de Bumblebee se deu com alguma desconfiança.   

Em Bumblebee, além de estar claro quem é o protagonista, a história volta atrás algumas décadas, parando em 1987, que seria a data quando Bumblebee teria chego na terra. Isso faz com que toda a abordagem visual e sonora do longa seja feita de forma retro, o que por si só confere um charme todo especial à produção, afinal a trilha sonora passa pelo melhor do rock oitentista, além daquele visual saudoso das roupas, casas e até carros. E por falar em carros, o novo diretor, Travis Knight, dando o devido descanso ao Michael Bay, que agora ficou na produção, soube fazer um excelente trabalho de fan service: finalmente o carro amarelo assume a feição do simpático fusca amarelo que caracterizou o personagem nos quadrinhos e nos desenhos que embalaram toda uma geração, lembrando que ele só ficou com “cara” de camaro por conta do genial acordo de patrocínio entre a General Motors e a produção da Paramount/Hasbro. Tanto, que não é só o fusca amarelo que recebe a repaginada: Optimus Prime, Soundwave e outros aparecem de forma que o coração dos fãs raiz quase saiu pela boca. 

Mas o filme vai além das aparências. Ao diminuir a visão de grandeza, a história voltou a ter espaço, de forma que um enredo bem fechado com clima oitentista resgata os grandes valores da série, perdidos no último ato: a humanidade, apesar de seus erros e inocência, tem salvação e pode aprender com outras raças.

Esse resgate é tão bem feito que a protagonista humana, a até então desconhecida Hailee Steinfield, dá um show de carisma e mostra uma forte conexão com o fusca amarelo, ultrapassando Shia Lebeuf no quesito.

Assim, Bumblebee resgata aquele espírito Transformers que aos poucos foi se perdendo e deixa um gostinho de quero mais para uma continuação, tomara, retrô.