Muito se engana quem pensou que o sacrifício final de Oliver Queen na Crise nas Infinitas Terras seria o ponto final de Arrow. A série, buscando dar sobrevida aos personagens nela lançados, criou mais dois episódios antes de seu derradeiro final. O penúltimo, totalmente focado no futuro da filha Mia e nas canários, se mostrou bem tedioso e sem a menor graça, deixando claro que tirando pelos teens mais empolgados, dificilmente a série vai conseguir carregar os outros fãs do arqueiro. Mas o importante é o episódio final.
Arrow 8.10, é ouvida pela última vez a clássica narrativa de Stephen Armell sobre se tornar alguém mais, algo mais, o que fez mais sentido ainda após sua transformação em espectro para deter o anti-monitor. E o tom de nostalgia, tristeza e saudades coloriu todo o episódio, que mostrar uma star city sem crime, sem Oliver e sem muitas das mortes, “consertadas” após o sacrifício final. Assim, o espectador teve a chance de rever personagens queridos que foram sendo perdidos ao longo desses quase 10 anos, todos trazidos de volta, com uma exceção devidamente explicada.
Curioso que Oliver, apesar do momento de onipotência, cuidou só do seu lado, sem olhar o resto das séries, mas mais interessante foi o funeral e quem estava presente nele. Inimigos jurados, antigos amantes, tudo deixado de lado como um bom funeral de história em quadrinhos, com a celebração de uma estátua em homenagem ao herói, que teve no seriado televisivo uma importância que jamais teve nos gibis, elencado ao mesmo patamar do Homem de Ferro com seu estalo.
Ainda que a construção para isso tenha sido superficial, não deixou de ser impactante. Alias, o último episódio parece trazer muitas coisas mal construídas e mal amarradas, como a ausência de diversos heróis no funeral (ora, se o cara salvou o multiverso, merecia mais carinho né), e os personagens sendo jogados de volta à tela, incluindo alguns queridos, sem nenhum destaque.
Talvez o melhor do episódio, além da emocionante despedida que arrancou lágrimas dos fãs, tenha sido mesmo a amarração com futuras séries, como a dos Lanternas Verdes, a única coisa promissora após um Arroverse que encontrou seu ápice e que agora deve definhar até seu inevitável final, visto que nem a velocidade de Barry é suficiente para segurar as cinco séries construídas em volta de Oliver Queen. E o que resta é aguardar o dia mais claro, contra a noite mais densa.