Em um universo de seriados que abordam todas as temáticas, parece impossível ver algo que fuja do óbvio e traga ao menos uma perspectiva nova. Assim é Atlanta, série criada e estrelada por Donald Glover.
Na série Donald interpreta um afro americano pobre, Earnest Marks que vê na carreira de rapper do primo Paper Boy uma chance de colocar seus talentos – até então obscuros, em prática e tentar sair de uma vida de pobreza.
A série pode causar alguma estranheza a caucasianos de classe média alta a princípio. Não é à toa. Donald Glover gosta de provocar, e esse fator em si faz da série algo peculiar e interessante de se ver. Aos negros, que conseguirão se identificar em uma retratação mais atual dentro da sociedade urbana americana, e aos brancos, que vão se inteirar de algumas práticas culturais que caso contrário lhe pareceriam veladas.
Contexto de sátira, exagero e drama
Isso tudo dentro de um contexto de sátira, exagero e drama, no qual dificilmente se consegue traçar uma linha clara entre o que é algo hiperbólico e algo que é metafórico. Salvo no caso do carro invisível, esse não tem como.
Excelente mistura agridoce
Classificada como drama e comédia, os episódios oscilam entre essas duas vertentes com habilidade e entusiasmo. Uma situação dramática rapidamente se transforma em motivo de risos, enquanto que algo que parece risível, como a culpa branca, acaba sendo uma situação seria e de fundo dramático. É essa excelente mistura agridoce que já trouxe alguns prêmios à série, inclusive o Globo de Ouro.
Infindável criatividade e energia de Glover
Obviamente, mais prêmios devem chegar para a série, considerando o que parece ser a infindável criatividade e energia de Glover, que além de ator (e ter salvo o fraco filme do Han Solo em uma ótima atuação como o jovem Lando Carlissan), dublador (Miles Morales, Spider Man e o futuro Simba no aguardado live action de Rei Leão) roteirista e produtor, atua como o músico e DJ Childish Gambino. Haja fôlego.