Em Renascer, um clima de misticismo e despedida se instala com a volta de Inácia com suas conexões espirituais. Em uma cena envolvente, ela é vista novamente em meio à natureza, pilando ervas para um banho ritualístico. Nesse momento de profunda conexão, uma brisa sutil anuncia mudanças significativas na trama.
Com as mãos erguidas ao céu, Inácia saúda Iemanjá, a deusa dos mares na cultura iorubá, em um gesto de reverência e busca por orientação. A cena ganha ainda mais intensidade quando ela, imersa em uma experiência sobrenatural, parece abraçar um ente querido invisível, seguido por um canto de despedida do candomblé, prenunciando um evento trágico.
Vela se apaga em ritual de Inácia
Paralelamente, a trama se desloca para padre Santo, um personagem essencial que convida Lívio para uma última viagem, marcando o início de um adeus emocionante. O padre, já preparando seu carro com doações, inicialmente reluta em seguir para a comunidade de assentados, mas acaba cedendo. Essa jornada se revela como um prelúdio para eventos mais sombrios, entrelaçando o destino dos personagens de maneira inesperada.
A narrativa então se aprofunda no ritual de Inácia na floresta, onde ela se entrega a preces pela paz de Santo, destacando o sincretismo religioso que permeia a história. A cerimônia íntima, marcada pelo acendimento de uma vela para Omolu, orixá associado à cura, é abruptamente interrompida por uma ventania que simboliza a iminente perda.
Segundo Márcia Pereira, colunista do Notícias da TV, o desfecho dessa jornada se dá com a morte serena de Santo, ao lado de Lívio, em um momento de tranquila passagem, contrastando com a desolação que Inácia traz à fazenda. A notícia da morte chega de maneiras distintas a José Inocêncio e aos demais personagens, tecendo uma rede de reações que espelham a complexidade das relações humanas diante do luto.
Funeral de padre Santo
A discussão sobre onde realizar o velório de Santo traz à tona tradições e crenças divergentes. José Inocêncio propõe que seja em sua fazenda, enquanto Lívio defende a igreja como o local mais apropriado. A tensão entre o sagrado e o profano, o individual e o coletivo se desdobra em um debate sobre os ritos de despedida.
Finalmente, a trama converge para um momento de união e celebração da vida de Santo, fora dos muros da igreja, reunindo fiéis de diversas crenças. Esse ato simbólico não apenas honra a memória do padre, mas também reflete a rica tapeçaria cultural e espiritual da comunidade da trama.