Crise nas Infinitas Terras estreou com muita expectativa por parte dos fãs, e isso não era gratuito: o maior crossover televisivo até então, reunindo o maior número de séries “ativas” (DC Legends of Tomorrow, Batwoman, Arrow, Flash, Supergirl e Raio Negro), muito mais do que Os Defensores da Marvel, que só tinha 4 séries contra 6, sem contar as participações especiais de séries acabadas e menções à outras presentes (e futuras), e definiria os rumos do universo televisivo da DC, tendo atingido sucesso muito maior do que o universo compartilhado dos cinemas. E como é costume da DC, a entrega final dividiu a base de fãs, chamada no jargão “fandom”.
Foi atribuída à anunciada morte de Oliver Queen uma grandiosidade para equiparar o acontecimento ao que ocorreu com Stark, até em vista de ambos serem os pioneiros em seus respectivos universos. Contudo a morte de Oliver foi anunciada, e explorada ao máximo em Crise, enquanto Stark simplesmente ocorreu de forma orgânica. Não que não tenha sido emocionante, mas parece aquela lágrima arrancada à força. Toda a gravidade da situação se perde quando faz parte do momento a sonsa Supergirl, cuja serie esta enfrentando sérias dificuldades.
Outro ponto marcante foi a unificação dos universos, uma aposta segura da maioria dos analistas, que projeta que o universo da DC será um só a partir de agora, contudo mesmo esse entendimento ficou ameaçado pela cena final que indica a existência de outros planetas. Ou seja, a Terra Prime é uma só? Senão, porque o nome pomposo? Uma vez mais a DC consegue se enrolar nela mesma, sendo necessário um pronunciamento para esclarecer.
Vale mencionar a aparição do abobalhado Flash de Ezra Miller e a menção ao Ciborgue como chance de cruzamento entre televisão e cinema, o que pareceu mais relevante do que as aparições laterais e menções do Universo Cinematográfico Marvel na série Agents of Shield e nas menções distantes nos Defendores. Pode ter sido um gol de placa, dependendo de como for trabalhado.
Por fim, a Crise se encerra na criação da Sala da Justiça, uma criação dos desenhos animados da década de 80, com menção ao mascote símio “Gleek”, companhia dos Supergêmeo (“Supergêmeos ativar” – sim, esses mesmos), e a menção de que o universo dos Titãs continua (única série madura que surgiu, ironicamente), indicando que o universo DC deve se expandir, sem trocadilho, até OA, terra dos Guardiões e dos Lanternas Verdes e do Monstro do Pântano, talvez uma forma de salvar o universo HellBlazer, com o final de Constantine e de Lucifer. Não que seja ruim, mas muito pouco para o que se anunciava, tendo virado um grande fan service sem uma grande história por trás, e dependendo do que for feito, a Crise nas Infinitas Terras poderá se transformar no Fim de Finitas Series com o final de Arrow anunciando o final do Arrowverse. Quem viver, verá.