Renascer: Globo corta o diabinho de José Inocêncio por motivo polêmico e até padre perde espaço

O amuleto do protagonista quase não aparece na tela, bem diferente da versão original da trama.

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A novela das nove da Globo vem apresentando uma série de mudanças significativas em seu remake em comparação com a versão original. Entre as alterações mais notáveis está a maneira como estão sendo tratadas as cenas envolvendo um elemento sobrenatural, especificamente o diabinho associado ao personagem José Inocêncio, interpretado por Marcos Palmeira. Na versão atual, as aparições deste ser são breves e desfocadas, uma estratégia clara para manter o apelo junto ao público mais religioso.

Segundo Sabrina Castro, colunista do Notícias da TV, esta decisão da emissora se tornou evidente em uma cena particular, onde o protagonista, encarnado na fase mais jovem por Humberto Carrão, é mostrado perto de uma imagem de Nossa Senhora. Originalmente, o roteiro previa que o diabinho surgiria dançando, em uma aparente zombaria. No entanto, a utilização de efeitos de computação gráfica, como reflexos na garrafa, e cortes rápidos nas cenas, tem sido empregada para minimizar a presença desta figura.

Ordem partiu de cima

Tais mudanças refletem a cautela da emissora em não afastar telespectadores devido a conteúdos que possam ser interpretados como ofensivos ou controversos, especialmente entre o público religioso. A preocupação da Globo é tamanha que, segundo a coluna Play do jornal O Globo, as alterações partiram diretamente das altas esferas da emissora.

Padre virou pastor

Além disso, a novela vem apostando em outras adaptações para se conectar com diferentes segmentos do público. Uma das mudanças mais significativas é a transformação do personagem Lívio, que na versão de 1993 era um sacerdote em conflito amoroso, agora reimaginado como pastor. Essa alteração visa representar melhor a comunidade evangélica dentro da narrativa, mostrando uma preocupação em abordar a diversidade religiosa de forma mais inclusiva.

O outro motivo da mudança é que agora Lívio pode viver seu amor com Joana de maneira livre, já que pastores podem se casar sem problemas. Na versão de 93, o padre apaixonado acabou gerando alguns conflitos com os católicos mais fervorosos.

Na versão original, o diabinho tinha uma presença mais marcante, chegando a interagir com os diálogos de José Inocêncio. Com os avanços tecnológicos atuais, esperava-se que a figura do diabinho fosse ainda mais realista e impactante. No entanto, as escolhas criativas tomadas para a nova versão indicam um caminho diferente, priorizando a sensibilidade do público em detrimento de um realismo mais acentuado na representação deste elemento.