O mundo em 2029 se tornou um local altamente informatizado a ponto dos seres humanos poderem acessar extensas redes de informações com seu cyber-cérebros. A agente cibernética Major é a líder da unidade de serviço secreto Esquadrão Shell, responsável por combater o crime. Major foi tão modificada que quase todo seu corpo já é robótico. De humano só teria sobrado um fantasma de si mesma. Bem-vindos a Ghost in the Shell.
Inicialmente, o longa sofreu com diversas acusações de White Washing, ou seja, substituição de personagens nipônicos por caucasianos. Bem entendido que, nesse caso, se trata de uma bobagem, pois o filme tem um caráter muito mais cosmopolita que Death Note, e importantes personagens foram mantidos asiáticos. Ademais, são simplesmente robôs/andróides por dentro, então, o que muda a cara deles? Nada influência na história.
Contudo, fica claro o prejuízo da utilização de Scarlett Johanson, fazendo de novo um papel muito parecido com sua viúva negra e Lucy, em ação desenfreada com pouca reflexão, sendo que ela já mostrou muito mais em seu começo de carreira com Encontros e Desencontros, por exemplo. Assim, se não houve prejuízo pela etnização, houve por uma imagem já gasta em papéis semelhantes, dando impressão de mais do mesmo.
O filme em si é interessante, com boas cenas de ação e um enredo que lembra uma mistura razoavelmente orgânica de Matrix com Blade Runner – afinal, explora a interface homem-máquina como um importante elemento e a discussão de vida e escolhas, parte interessante, ao que parece, copiada do mangá e anime.
Talvez não seja uma obra revolucionária nem tampouco de grande destaque, mas certamente merecia melhor destino que sua redução a uma superficial questão étnica.