Fausto Silva foi retirado do suporte de respiração artificial nesta terça-feira, 29 de agosto, de acordo com um comunicado oficial do Hospital Israelita Albert Einstein. Faustão encontra-se em estado consciente e com “boa função do coração”, permanecendo sob cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Dois dias antes, no domingo, o apresentador se submeteu a um transplante de coração. O órgão doado pertencia a um homem de 35 anos e foi transportado de Santos, São Paulo, via helicóptero. Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, Faustão estava em segundo lugar numa lista de quatro pacientes prioritários para o transplante. Ele acabou recebendo o coração após a recusa da equipe médica do paciente que liderava a lista.
Mas afinal, quanto Faustão poderá gastar com o tratamento?
De acordo com um médico consultado pela nossa equipe, e que pediu para não ter seu nome divulgado, o valor total do tratamento de Fausto Silva está sujeito a variáveis significativas. Mesmo que o apresentador conte com um plano de saúde que inclua a cobertura para transplantes, há chances de ele enfrentar custos adicionais. A maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de tratamento. Outros cobrem apenas o procedimento cirúrgico em si, deixando de fora gastos com medicamentos necessários no período pós-operatório.
Para aqueles que não dispõem de convênio médico, o custo estimado para um tratamento desse tipo pode custar um valor fora da realidade de muitos brasileiros. “Sem plano de saúde, em um hospital comum ele gastaria cerca de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Como está no Einstein, é muito dinheiro. No mínimo uns R$ 3 milhões”, disse o profissional.
Esse montante engloba não apenas o valor da cirurgia, mas também gastos com internação em apartamento e UTI, medicamentos, honorários de anestesista, consultas médicas e exames complementares.
Como funciona um transplante de coração no Brasil?
Até o último levantamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) tinha 386 pacientes em fila de espera por um transplante de coração. A lista não faz distinção entre os que serão atendidos em hospitais públicos ou na rede particular. Em vez disso, a ordem de prioridade é determinada por uma série de critérios específicos.
Um dos principais fatores de classificação é a gravidade do quadro clínico do paciente. Aqueles que precisam de internação constante e dependem de medicamentos intravenosos e suporte mecânico para circulação sanguínea recebem prioridade sobre os que podem aguardar em casa. A ordem cronológica de cadastro também é um critério a ser considerado.
Além disso, o tipo sanguíneo desempenha um papel crucial na seleção. Um paciente só pode receber um coração de um doador com o mesmo tipo sanguíneo. O porte físico dos envolvidos também é relevante. Por exemplo, uma pessoa mais alta e pesada não seria compatível com o coração de um doador significativamente mais baixo e magro.
Outra consideração importante é a distância geográfica entre o doador e o receptor. O coração precisa ser retirado e transplantado em um prazo máximo de 4 horas, o que limita a possibilidade de realizar a operação entre pessoas localizadas em regiões muito distantes uma da outra.
Portanto, a organização da fila de transplante envolve uma série de fatores complexos, que vão muito além de simplesmente considerar a ordem de chegada ou o local onde a cirurgia será realizada.