Ted Bundy encontra seu intérprete ideal e Irresistível Face do Mal é filme imperdível

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O mundo está cheio de engenheiro de obra pronta. Técnicos de segunda-feira. Ou seja, aquelas pessoas que acham que tudo que aconteceu era previsível. E esse tipo de coisa acontece muito quando se analisam os famosos crimes do século 20 e 21, dentre os quais está o famoso e infame Ted Bundy. E justamente por combater essa visão míope que Ted Bundy: a irresistível face do mal é um filme imperdível. 

Lilly Collins vive a mãe solteira que se apaixona por um jovem bonito, charmoso e extremamente carinhoso com sua filha. Não foi a toa que Zac Effron foi escalado para o papel principal de Ted Bundy, e consegue mostrar que tem muito mais potencial dramático do que filmes musicais, comédias românticas e afins. Ele consegue encarnar um monstro dissimulado que conseguiria conquistar qualquer um. 

O filme é mostra da habilidade diretiva de Joe Berlinger, um diretor que é apaixonado pelo assunto de serial killers, e talvez até por isso consegue conferir uma abordagem esférica à intricada figura que é Bundy. O desenvolvimento da persona assassina é feito de forma sutil, construída aos poucos, tal qual como as melhores séries e filmes descrevem. Raramente é uma matança desenfreada e impulsiva, e sim uma doença que toma conta aos poucos e vai apagando qualquer luz que existisse. Pior, no caso de Bundy, todo o processo evidencia ainda mais a existência de um lado verdadeiramente bom, totalmente compartilhado do monstro, e que ganha força graças à sua inteligência acima da média e sua sociopatia.  

Classificado como dramático, o filme poderia se passar por terror ou até mesmo por documentário, visto que replica à perfeição cenas marcantes e passagens importantes da trajetória do protagonista, em especial seus embates em juízo, suas seguidoras e até mesmo seus teatros. E Effron segura bem as várias nuances de Bundy.

O melhor de tudo é que se trata de um filme em que, embora tenha um elenco muito bom, não há destaque do casting sobre o resto do filme, e sim um equilíbrio em atuação, direção, narrativa, fotografia, figurino, se tornando uma obra completa e necessária de ser vista.