Guardiões da Galáxia foi o sucesso mais inesperado: com heróis linha B (C?) superando a desconfiança geral. Assim, um grande hype se criou para a continuação. Afinal, no que ele poderia surpreender, surpreendeu!
Fui esperando ver um grande filme e vi um filme de encher os olhos e o coração. Engana-se aqueles que pensam, como eu, que o filme serviria de mera ponte terra-espaço, uma justificativa cinematográfica para o que vem a seguir. Errado. O filme se baseia em si, dispensando até mesmo sua origem.
Cada peça, cada detalhe ínfimo tem um papel a cumprir (incluindo as 5 cenas pós créditos) e o debochado James Gunn, tal como George Harrison, em Sweet Lord, dedilha nossas emoções ao longo de quase 2 horas e meia, fazendo uso de uma paleta de cores lisérgicas como pano de fundo para uma história muito bem contada por um elenco encaixado, bailando por uma trilha sonora que faz parte da narrativa, maravilhando os espectadores incrédulos tal como Baby Groot, fundamental da cena de abertura mais adorável dos cinemas até a última cena pós créditos.
As referências cinematográficas e quadrinistas são infindáveis e deliciosas, mantendo o tempo todo um sorriso no rosto de quem assiste, sorriso que, rapidamente, pode levar das gargalhadas às emocionadas lágrimas, e voltando depois a uma pura empolgação.
Impressionante como a jornada pelas galáxias nada mais é do que a mais humana das procuras: a busca por si mesmo, por pertencimento e por amor. E ao transcender a imensidão do espaço e de seus deuses, Guardiões da Galáxia Vol. 2 se transforma em um grande filme, o melhor filme da Marvel para mim até agora.