Marcos Uchôa aponta que demissões na Globo tiveram relação com Bolsonaro: ‘Ele já foi em cima’

Jornalista cobriu várias edições de Olimpíadas e Copa do Mundo com a emissora carioca.

PUBLICIDADE

Figura conhecida no jornalismo brasileiro principalmente pelo longo hiato de trabalhos executados na Globo, o repórter Marcos Uchôa foi o entrevistado do podcast “Inteligência Ltda” da última terça-feira (24), e entre os assuntos abordados, ele falou sobre a onda de demissões praticada pela emissora carioca recentemente.

Ao longo do último ano, a Globo abriu mão de diversos profissionais gabaritados. Segundo Uchôa, há uma relação do governo de Jair Bolsonaro e o alto índice de desligamento na “Plim Plim”.

“Eu não tinha mais contrato [com a Globo]. Foi uma das coisas que o Bolsonaro fez… Antes, pessoas que tinham um salário melhor na Globo ganhavam como pessoa jurídica. No primeiro ano de governo, ele já foi em cima em termos trabalhistas, dizendo que isso não podia ser assim, e todo mundo passou a voltar a ser funcionário. Até o Galvão, até o Faustão”, revelou o jornalista.

Ainda segundo Uchôa, ele não entrou na relação, e logo pediu demissão por decisão própria. O jornalista disse não ter nenhum tipo de mágoa com a emissora carioca, e quando questionado sobre limitações, ele revelou ter tido vontade de executar alguns trabalhos, mas foi impedido pela direção, algo que ele afirma ter compreendido.

Crise

Por fim, Uchôa destacou que a exemplo de outras emissoras e veículos de comunicação, a Globo tem sofrido com a crise em suas receitas, principalmente diante do cenário de saída das cifras injetadas nas mídias tradicionais e uma concorrência frenética do meio digital. 

O jornalista, inclusive, citou os próprios podcasts, que há uns três, quatro anos, não tinham sido difundidos tal qual da forma que ocorre atualmente, onde aparecem como um segmento amplamente consumido, e com diversos nichos para variados tipos de público.