A experiência da Netflix enquanto produtora de filmes é algo muito dinâmico e passa por absolutamente todos os gêneros. O que não significa que passe bem por todos esses gêneros. Um exemplo não tão bem sucedido, por exemplo, é o recente Tal Pai, Tal Filha, onde a tentativa em equilibrar drama e comédia não ficou tão divertida, ainda que o esforço seja interessante.
No longa, escrito, dirigido e produzido pela mesma pessoa; uma workaholic, a experiente atriz Kristen Bell, acaba não se casando e embarca em um cruzeiro de lua de mel com seu pai, o veterano Kelsey Grammer, sumido de sua vida por décadas. Esse encontro nascido na tristeza e no desespero encontra no confinamento de um navio o cenário ideal para que sejam lembradas e discutidas desavenças e buscadas semelhanças e gostos afins.
Em resumo, o filme é uma DR (discussão de relacionamento). Quase 2 horas de uma DR que duram mais que o programa eleitoral. Tem momentos bonitinhos e que geram “oouuuuuuuuuuuuns” nos expectadores? Tem. Dá pra dar uma risada, afinal, são dois atores oriundos de comédias e experientes, além do discutível Seth Rogens? Dá. Mas é isso. Ninguém vai sair da sessão falando como esse filme impacta, traz uma lição, diverte ou qualquer adjetivo que a maioria das pessoas busca.
Ou seja, nenhuma razão real que valha ver o filme, que por ter sido patrocinado pela Royal Caribbean, mais parece um grande comercial em pelo menos 30% do tempo de tela, como o brasileiro Teu Passado te Condena, com o Fábio Porchat. Só que o brasileiro é bem mais divertido.
Em resumo, evite a experiência ou use para curar a insônia.