Jair Bolsonaro não se dá bem com a Globo e já deixou isso claro muitas vezes. Desde antes de ser eleito, em 2018, o atual chefe do Executivo fazia críticas à emissora. Na campanha eleitoral, ele causou polêmica em participações na GloboNews e no Jornal Nacional.
No canal fechado, Bolsonaro afirmou que Roberto Marinho (1904-2003) apoiou o golpe militar em 1964. Na época, o jornal O Globo publicou editorial defendendo o regime. Na GloboNews, em 2018, a Globo emitiu nota dizendo que o apoio ao golpe foi revisto e criticado anos depois.
No Jornal Nacional, diante de William Bonner e Renata Vasconcellos, Jair Bolsonaro chegou a citar o divórcio do âncora que foi casado, por mais de 20 anos, com Fátima Bernardes. Ao longo do mandato, que termina no dia 31 de dezembro, Bolsonaro se envolveu em outras polêmicas com a emissora.
Neste domingo (27), o presidente da República deu entrevista à Record TV. Esta foi mais uma conversa exclusiva com o canal de Edir Macedo. O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus é apoiador de Bolsonaro desde 2018.
O presidente da República já afirmou que só dará entrevista exclusiva à Globo se for ao vivo, sem cortes. A única vez que falou com exclusividade com a emissora foi no dia seguinte à sua eleição. Naquela mesma data, Bolsonaro conversou com canais como Record e SBT.
Ao ser eleito, Bolsonaro também diminuiu o repasse de verba de publicidade do governo federal para a emissora da família Marinho. Os canais de Edir Macedo e Silvio Santos passaram a receber mais. Em 2019 e 2020, Record, SBT e Globo apareciam nesta ordem no ranking de quem mais recebia. Em 2021, a Globo voltou ao topo.